Nezó

Artista: Nezó

Nome: João Carlos

Nascido em: 18.08.1964

Nacionalidade: Santoméen

Profissão: Pintor, escultor, músico

A vida dele:

Nezó, cujo nome verdadeiro é João Carlos, é um artista completo, pintor, artista visual, escultor e músico.

João Carlos Nezó nasceu em 1964 em São João dos Angolares, no arquipélago de São Tomé e Príncipe. Aos 15 anos, ele partiu para continuar seus estudos em Cuba e ficou lá por 7 anos. Durante sua estada, ele estudou Sistemas Eletrônicos Industriais e obteve seu diploma em 1986.

Ao mesmo tempo, Nezó começou a pintar quadros que retratam a realidade sociocultural de São Tomé e Príncipe e sua vila natal, São João dos Angolares. Em 1988, organizou sua primeira exposição de pintura em Portugal. Acabou por se formar na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), em Lisboa, em técnicas de desenho e pintura.

Nezó afirma que música, pintura e escultura o levaram a descobrir e conhecer o mundo. No entanto, apesar dessas viagens, Nezó mantém seus pés firmemente ancorados em Angolares, sua terra natal, terra que ele descreve como um Jardim do Éden com árvores frutíferas coloridas, banhadas por um mar azul-turquesa, onde o povo angolar se entrega, pesca. Retornou a São Tomé aos 25 anos, abriu sua oficina e viveu de sua arte por 20 anos. Ele expôs, em março de 2018, no Instituto CACAU, sua mais recente coleção de pinturas, “CORES” (Cores), que recebeu o mérito de chamar a atenção da sociedade santomense para os problemas que o país enfrenta.

Além de pintura e escultura, Nezó tem uma vasta experiência no campo da música. Ele foi um dos membros fundadores do grupo Tempo e foi um dos primeiros músicos nacionais a cantar em Angolar, um dialeto da vila de Angolares.

Após a separação do grupo, Nezó, seguido por outros dois artistas angolares, criou o grupo Anzof – Time e escreveu canções nos dialectos angolar, forro e crioulo cabo-verdiano.

Obra: “Corpo feminino”, agosto de 2019

Título do trabalho: Corpo feminino

Data de execução: agosto de 2019

Campo: Artes visuais

Tema: Artes, corpo, natureza

Materiais: Óleo sobre tela, madeira, circuito eléctrico, cabos eléctricos, tomada eléctrica, interruptor

Dimensões: 60 cm x 70 cm

Contexto: mesa iluminada, iluminada por um sistema de conexão eléctrica, projectada para espaços não iluminados. Este trabalho é um lembrete do passado do electricista do artista e das condições em que ele trabalha em São Tomé. De fato, a população de São Tomé e Príncipe está sujeita a problemas significativos de acesso à electricidade e sofre inúmeras quedas de energia em suas vidas diárias. Os artistas não são poupados e precisam encontrar uma solução para iluminar suas obras no escuro.

O olhar é então focado directamente no trabalho e menos no espaço físico circundante. O corpo de uma mulher é então destacado. Corpo que traz vida e luz aos corações mais sombrios. A artista gostaria de lembrar a essa mulher de luz que, apesar dos buracos negros em que pode ser absorvida, ela sempre pode se apegar àquela faísca, àquela onça de luz que sempre permanecerá nela, feita de força e amor.

Idioma:
  • Português
  • Français